Quando tudo começa a desabar.

Não sei nem por onde começar. Acho que enfim, me dei o luxo de deitar em minha cama, colocar a cara no travesseiro e me acabar em lágrimas. Meus olhos estão inchados, na minha garganta tem um nó de palavras que poderia falar, mas não quero. Não quero que tudo fique pior. Vi que as pessoas que eu achava que poderia contar sempre, estão me abandonando, ou eu estou abandonando elas, não sei ao certo. Me sinto muito sozinha. Ou eu sempre estive sozinha e só me dei conta disso agora? Sem resposta. Me encontro deitada numa espreguiçadeira na varanda de uma tia minha que está fazendo aniversário. 
Ainda não sei minha nota, pois ninguém me fala nada. A coordenação da escola diz que sairá no dia seguinte, mas nunca é no dia seguinte. Esse 'dia seguinte' não vem há três dias. Ainda estou desesperada para saber se passei ou não passei. 


Posso lhes dizer uma coisa, não há nada pior que ouvir a pessoa que você ama, chorar. Porque o mundo que eu imaginava ser perfeito, o mundo em que eu criei, está desabando. Porque tudo que parece estar perfeito, sempre vai apresentar algo ruim. Dezembro começou ruim pra mim, justo o mês do meu aniversário. Mas qualquer tipo de comemoração parece ser pouco perto da vontade que eu tenho de voltar no tempo e mudar algumas coisas. Pois bem, eu não sei. Estou desesperada, quero logo saber se eu passei, quero logo saber o que vai ser da minha vida ano que vem. Em qual escola eu vou ficar, quais os amigos que eu vou ter. Não sei se estou me precipitando, ou sofrendo a toa. Quero logo que esse ano acabe e que tudo volte a ser perfeito.
Vai voltar a ser perfeito, porque antes do meu desespero, vem minha Fé.

Enlouquecer.

Não se isso é um bom nome pra um post de uma menina de quase 14 anos. Não sei se estou numa postura considerada correta para as pessoas. Aliás, eu não sei de nada. Me limito em meus pensamentos a não entrar em pânico. Mas como não entrar em pânico? Estou de férias ou quase pois não sei se passei de ano direto, espero não ter que ficar em recuperação final. Meu coração bate apertado porque cada pensamento que vem na minha cabeça é um pior do que outro. Não creio que eu vá reprovar e nem nada disso, mas essa condição de esperar sentada pelo resultado está me deixando meio pirada. Enfim, 2011. Como descrevo 2011? Sei que o ano ainda não acabou, mas eu gostei. Eu amei, eu curti (curti até demais, porém...). O que eu quero saber é como não enlouquecer no meio de todo esse período de expectativas.

No anwsers.

Ano passado. Um ano terrível, trágico, cheio de perdas e traições. Conheci uma pessoa que eu não sabia ser tão especial, e daí ele virou meu melhor amigo. Achei outra pessoa que eu achei que nunca mais ia rever na vida, e hoje somos melhores amigas. As coisas melhoraram, mas nem tanto. Não é todo mundo que tem que é chamado de detergente em plena sala de aula. 

Primeiro semestre desse ano. Começou uma beleza, e foi além das minhas expectativas. Me decepcionei uma vez, mas nada que eu não conseguisse apagar. Me tornei uma pessoa fria, sem respostas para nada, e ignorando tudo de ruim e de bom ao meu redor. Perdi meu melhor amigo para um lugar onde as pessoas tem que usar um chapeuzinho ridículo e sapato social. Agora me digam porquê. Fora a isso, foi um bom semestre. Reatei duas amizades que eu sinceramente não apostava mais nada a favor.

Segundo semestre, agora. Até agora está tudo bem mas eu continuo sem respostas. Porquê as pessoas mudam, porquê as pessoas querem meter facadas umas nas outras, porquê as pessoas querem chamar atenção com falsas amizades, e porquê contar mentiras virou moda. Me sinto melhor do que um ano atrás. Sinto que posso ser feliz mais que nunca, mesmo sem respostas para algumas perguntas. Mesmo porque não adianta correr atrás dessas respostas, com o tempo elas virão. Pra quê se importar com isso? Se todos já sabem que eu estou do lado da verdade, e daqueles que "caíram na real" por acaso. O mais importante ainda sim, não são as respostas e sim, que finalmente foram feitas as perguntas que eu queria que fossem feitas. Agora resta descobrir se a resposta vai ser agradável ou não.